top of page

Wil Freitas

  • Foto do escritor: Estado Poético
    Estado Poético
  • 25 de ago. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 27 de ago. de 2020

Rio de Janeiro - RJ

WILLIAM Freitas, ator e bailarino credenciado pelo SATED/RS. Técnico em Artes Cênicas pela E.T.E.T Martins Penna - Rio de Janeiro/RJ. Iniciou seus estudos em dança em 2002 e se profissionalizou em 2007. Desde então, vem atuando como intérprete-criador, coreógrafo e pesquisador no campo das danças vernaculares afro-americanas, mais especificamente o HipHop Freestyle, e as intersecções com a cena contemporânea de dança. Natural de Porto Alegre/RS, reside no Rio de Janeiro desde dezembro de 2013. Começou seu exercício de escrita em 2005 e criou o Blog Declarações Poéticas, onde compartilha alguns de seus poemas. Vê na poesia, um lugar de extensão do corpo.



 

Justaposto

Conversa comigo

Converge umbigo

Ao mundo/globo

Transforma diálogo contigo

Para conosco


Quem sou eu?

Nada e tudo

Amigo do desgosto

Ator atônito

Impulsivo


De propósito primitivo

Célula porosa

Em processo evolutivo

Humano

Bicho

vivo


 

Abro pra deixar entrar

No céu da boca-corpo

Toda vida vivida

De natural beleza

Banal, ao, aos..

Entrego o contorno das formas

foco no gosto do rosto real

Nas propriedades do ancestral

Para, no processo de digestão

dessa nação sem noção,

gerar fantasia letal

Que o corpo-boca fala

Pra dentro e pra fora

Toda hora, ora, aos...

Processos internos inversos

Avessos ao caos

Aos, os, a...


 

Ao infinito e além

Joga, a poética da imagem

Descrita na ação do click

A luz desenha os objetos que toca

Fora, no meio dentro

A imagem se forma

E desliza no reflexo dos olhos

Para fundir neurônios

E criar no frigir dos óbvios

Uma ilusão lírica

Na foto do fato diluído

Pensamentos oníricos

Reinam, dançando juntos

Na Lagoa dos sonhos sem rumo


 

Grito com a força de quem tem fome

De vida degustada a cada segundo que pinga

Rápido, instante rompido pelo "sucesso" do destino desigual

(Banal é o verbo em tempos ambíguos)

Berro com a palma da mão de quem tem pele áspera

espalmada aos céu sem teto do universo incompleto

Que Se expande, ainda, pelos buracos negros do ouvido

os sonidos expelidos

pela primeira fala do criador criado

(Que era mudo)

Mas continua ditando regras aos surdos

Já os (d)espertos, falam mais alto

Sobre a lucidez do silêncio ensurdecedor

Que no fundo é amor

Próprio, pelo outro, pelo ócio

Criativo e questionador

É o amor

O amor

Amor!

(Por que dorme?)

Talvez, para fugir da rispidez das horas e das demandas do tempo

(Acordado)

Grito e berro na minha própria cara

Com toda arcada dentada

Para morder o fio da vida envolta

Sem Sair da rota, dar uma volta

Ver e olhar

Refletir

Inspirar

Estar em trato com o sumo

Assumo! Sozinho é mais seguro?

(Não sei!)

Incerto é o destino escrito a lápis quando se tem um corpo de borracha que pensa

(Apaga?)

Não! Continua com outra mão!


 

Às vezes a poesia pede passagem

E causa uma explosão épica

No centro do peito

Que arde de amor banal, perplexo

Ressoando um ar poético

Que emociona o ser eclético

Sem justificativa racional, moral

E seja o que for

Dor existencial, ansiedade

Dor

É real e impagável

Abrupto, memorável


Segurar a conduta impulsiva do movimento caótico

Seria como calçada em dia de enxurrada

É força criativa

Estouro da boiada

Tsunami, terremoto que rompe o território da razão

Não é tiro de raspão

Pega no centro do alvo

E não mata

Suscita alegria borrada

Exala potência poética

E não acontece do nada

É vendaval anunciado na alvorada


 

A poesia depende dum olhar autoral

cheio de sorte e esforço

uma mistura do dorso da realidade

com a frente daquilo que é marginal

de tão fora do santo grau

(irreal, hipócrita moral)


Se transforma o olhar

pelo esforço do respiro envolto

enxerga mais ou menos no meio de duas linhas tortas

um núcleo complexo

de tão simples

(mas e se... não sente)


Aí sustenta o estado imprudente

mesmo que presente de corpo e fora do escopo

confuso e conciso

comigo e contigo

(somos tolos)


Todos aqueles que tentarem distribuir a poética de todas as eras, irão...

(quem não?)

 
 
 

Comments


realização

apoio:

bottom of page