Niterói - RJ
Vânia Moraes, natural de Belém do Pará, atuante no circuito poético brasileiro, membro da APPERJ - Associação dos Poetas Profissionais do RJ, coordenadora dos projetos: Estação Poesia e Movimento Somos Poetas, Sim!
Membro da APALA - Academia Panamericana de Letras e Arte - na cadeira número 2 - Cadeira de Castro Alves.
Aplica oficina de poesia para crianças no Projeto Cultura na Cesta.
Aplica oficina de poesias, com poesias eróticas, para mulheres que sofreram violência doméstica e violência sexual, no resgate da sensualidade e da sexualidade dessas mulheres.
Teve um quadro de poesia, no programa de Adelzon Alves e Dora Rosa, no TEM MULHERES NO SAMBA, na Rádio Nacional. passando a pandemia, o quadro irá para a rádio Roquete pinto.
Publicou dois livros: O Anjo Poeta da Lua e O Sagrado Profano.
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A FRAQUEZA DA MINHA CARNE
A fraqueza da minha carne desponta,
nos cochichos de confessionário
que derramas em meus ouvidos,
na umidade quente da língua
que esbarra no lóbulo da orelha,
potencializando
meus impulsos libidinais.
A fraqueza de minha carne
vai impondo sua força,
com o ardor dos desejos,
no beijo malicioso,
depositado aqui,
no cantinho de minha boca
nem tão santa,
que deseja abocanhar
toda e, qualquer carne crua
que há em ti.
ABRIGO DOS AFETOS
Vem decifrar minha alma
de remendos e retalhos,
de saudade exacerbada,
de dualidade poética
em versos pervertidos
em nobre brio.
Vem florir meus desertos
dessas bonitezas
que há no sentir.
Vem descobrir a senda
das ânsias absurdas
que acolhem os risos
que não desmerecem
meus prantos.
Vem nutrir de alegrias
as amarguras do cotidiano
na quietude amorosa
que vive na riqueza
da reciprocidade.
Vem acompanhar
a solidão genuína
e adornar de luz
as inquietações profundas
dos afetos
que se abrigam no afago.
DESEJO URGENTE
O desejo urgente,
vem como rastilho de pólvora
e, essa querência
invade meus atalhos
com a ambivalência
da dor e do prazer
entre a mordida e o beijo
na fome do teu desassossego.
Na pele,
poesias grifadas
nas ranhuras das unhas.
Os sentidos atrevidos
e íntimos,
se fundem,
se fodem...
o anseio imoral,
arqueja selvagemente
na prisão das coxas,
e, o gozo vem,
para anestesiar as inquietudes.
GALANTEIO
Há um galanteio
que baila em minha boca,
quando esbarro
com esse teu olhar
emoldurado pelo pôr do sol.
Há uma chama viva,
na pele sedosa
que me afogüenta
junto aos instantes efervescidos,
na tentativa falha
do auto controle.
Há um corpo pulsátil
que sugere malícias
aos cinco sentidos.
E, no vagar das horas,
me dissolvo
nesse sorriso de rendição.
Tara(da) Poética
Eu, poesia decantada em tua letra,
Em tua sina,
Entrego-me liberta das regras
E das métricas que a tudo delimita.
Rendo-me ao teu olhar,
A busca louca dos verbos a rimar
Em cada poro das minhas linhas.
Amante ávido
Pelo galope da inspiração
A experimentar palavras,
A derramar e recolher vocábulos
Que traduzam tua emoção.
A tinta audaciosa
Delineando meu corpo, vai,
Feito saliva, suor
E sempre algo mais.
Adoro tua boca
Repetindo em sussurros
Os anseios meus.
Poeta que me bebe e me consome
Numa febre insaciável de prazer.
Poeta e poesia
Despidos de roupas e pudores
Despidos por inteiros.
Livres da agonia de compor,
Deuses da luxúria...plenos de poder.
Ah!!!! E se mil vidas tivesse, poeta,
Mil vidas gozaria com você.
Tango...Um encontro
Os acordes de um bandoneón
ecoam no salão.
Uma aura de encanto
se espalha no ar.
Surge então, bela mulher de olhos faceiros,
cuja sensualidade ajuíza e rege sob seu domínio,
o homem à espera da sua mão.
O encontro...Feixe de sedução.
Um lastro atiça,
Atravessa os desejos.
Um gesto passional no encaixe das pernas.
Os pés se acham e se perdem
na coreografia marcada,
agente e reagente
que me faz viajante,
parte, dividida desta canção.
Linda mulher e poetisa Vânia Mores. Apresentada a mim através de teus poemas por um amigo em comum, mesmo fazendo parte de uma religião conservadora, muito me agrada ao teus escritos que acende e alimenta a chama do querer... o que me faz muito bem!
Grata.
"Vem florir meus desertos
dessas bonitezas
que há no sentir" - Doces Afetos me tocou especialmente, no que respeita a importância do outro na construção de nós mesmos.
Vânia Moraes,dona daquela poesia orgânica ,que pulsa e vibra...visceral,apaixonante.