Alana Francisca
- Estado Poético
- 25 de ago. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 28 de ago. de 2020
Rio de Janeiro - RJ

Uma mulher que não caminha só. Em 2016, inaugurou o “lado B” de sua vida ao migrar com o filho para a capital do Estado e estabelecer, através da FLUP, o seu primeiro contato com a escrita literária. Atua como professora de LP (Língua Portuguesa) na Rede Municipal de Ensino do RJ (Rio de Janeiro) há mais de dez anos. Já atuou na Rede Estadual de Ensino do RJ e nas Redes Municipais de Ensino de Nova Iguaçu e Belford Roxo. Foi tutora de LP do Consórcio Cederj e professora voluntária de LP, Redação e Literatura em Pré-Vestibulares do PVNC e da Educafro. Durante a quarentena, ao escrever uma carta literária para Carolina Maria de Jesus, se apropriou de um legado literário de mulheres que a precederam nas batalhas da vida e da escrita. Tem poemas e contos publicados pela FLUP e pela Secretaria Municipal de Educação do RJ. Organizou, juntamente com a educadora Carolina Sá, uma coletânea de textos literários, produzidos por alunos da Escola Municipal Henrique Dodsworth, lançada em dezembro de 2019. Atualmente, participa do Ciclo de Formação de Escritoras Negras da FLUP;faz dança afro; retorna ao universo acadêmico como aluna de pós-graduação em Relações Étnico-Raciais, na UCAM.
Sonhando com o livro do Geovani Martins...
Mais especificamente, com meu amigo Breno.
Cara, aquele mesmo, o que salva a borboleta enquanto a avó dorme.
Só que, no meu sonho, a história de Breno é bem mais feliz:
Voando nas asas de uma borboleta cor de aurora
Ele chega à minha janela e me faz um convite:
Bora voar alto?
No anticéu da cidade
A revoada
Perdeu as asas
Distopia
A mão que toca a maçaneta
Com força
Carrega um corpo-sombra
Tosco
Sem rosto
Que tem fome.
O corpo tosco do homem que toca a maçaneta
Carrega
Uma bomba
Que explode
Corpo e liberdade
De quem do outro lado da porta se esconde.
A porta
Esconde ou garante
Integridade
À gente de toda parte?
Do outro lado da porta,
Estilhaços de corpos violados.
Há pegadas
E uma coleção interminável de maçanetas
No final do arco-íris.
(De)ferida
Ela mereceu!
Fez por onde!
Que não reclame!
Como assim
Ela mereceu?
Há alguma
Que mereça?
Sim, elas pedem!
Roupa sensual
Boca carnuda
Ida à rua
Uma vulva
Não, elas não pedem!
Não, elas não querem!
Para! Para! Para!
O voo do pássaro
O corpo
O canto em flor
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